Te esperando, amor…

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Às vezes a gente tem que amar calado, sentir no silêncio e aquietar o coração. Às vezes o peso do olhar é avassalador demais e a gente precisa evitar. A gente anda por aí com aquela fantasia, aquela ideia do que a vida poderia ser e talvez um dia seja, mas quanto tempo mais além do agora poderíamos ter? A gente não pode se dar ao luxo de planejar tanto e desperdiçar a chance de deitar sem pressa no gramado e falar sobre as constelações, fingindo algum entendimento do assunto, que você talvez até tenha e, despretensiosamente, entrelaçarmos nossas mãos… Ah, em pensar que às vezes só isso nos bastaria de um amor que já não cabe mais em nós.
E as fotos que a gente gostaria de colecionar, e a saudade que se alastra do passado ao futuro pra desvendar o que ainda nem sonhamos viver. As conversas que não tivemos, as viagens que não fizemos, as cartas que não trocamos e o desejo, que é só desejo.
A gente já viveu tanto e tão pouco pra intensidade que queremos, que temos e pra forma com que sentimos. De algum jeito eu queria te alcançar, te tocar, observar e te mostrar todo amor que eu tenho guardado. Queria saber se quando eu penso em você, você pensa em mim também, se quando eu rabisco teu nome, você faz o mesmo com o meu, ou pelos menos gostaria de fazer. Queria saber se você lê sobre as coisas que eu gosto, assim como eu corro atrás de tudo que te interessa pra te fazer viver um pouco mais dentro de mim, pra de alguma forma te decifrar e poder amar dos teus sorrisos as tuas caras feias e, quem sabe, enquanto eu estiver longe, você ligue o rádio e ouça a mesma canção clichê de amor que eu ouço aqui e assim, de algum forma, teus sonhos cruzem com os meus.

O menino.

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Tenho à vista um menino
que quer sair na chuva e não se molhar.
Tenho à vista um menino
que quer ser amado e não amar.
Tenho à vista um menino
que quer voar, mas não desgruda os passos do chão.
Tenho à vista um menino
que já vive sozinho por medo de alguém o abandonar.
Tenho à vista um menino
que de tão assustado se esqueceu de viver.
Tenho à vista um menino
que foge depressa da felicidade com medo de que magoem seu coração.
Tenho à vista um menino
que se perdeu tentando ser bom mais do que o bastante.
Tenho à vista um menino
que olhou tanto para si que se esqueceu do ao redor.
Tenho à vista um menino
que se interessou tanto pelos seus planos que se favoreceu no abuso da boa vontade alheia.
Tenho à vista um menino
que esqueceu de se doar e o bem que fez foi para o próprio bem.
Tenho à vista um menino
que chorou porque já era tarde demais e o crescer pra trás ficou.

Do abstrato ao concreto…

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Não sei você, mas às vezes eu costumo divagar pela linha tênue, pelo menos pra mim, que existe entre o concreto e o abstrato. Meus pensamentos e sentimentos são tão tangíveis quanto a roupa que estou vestindo e, embora isto soe apenas como um amontoado de palavras sem sentido, nossos estímulos de ação e reação partem daquilo que se está latente em uma ideia desapercebida, a princípio. Daquilo que não se pode segurar entre os dedos. Este abstrato, embora intangível fisicamente, que te faz sentir tantas coisas e tão intensamente quanto qualquer coisa que você possa alcançar com suas mãos.

Agora, imagine só se o amor estivesse sobre uma prateleira de super mercado, quanto você estaria disposto a pagar? Quanto valeria? Imagine em um corredor de sentimentos, quais seriam os mais vendidos? Como seriam as campanhas de marketing? Mesmo que isto seja totalmente improvável, tentamos materializar tudo isso sempre, como se concreto fosse só aquilo que se pode tocar. Insistentemente, buscamos e pagamos por novas formas de sermos queridos, conhecidos, reconhecidos, atrás de tudo aquilo que nos torne mais aceitáveis, que maximize as chances de sermos mais amados, mais falados, mais e mais e mais e mais.

Ego! Cada um se tornou o “deus” de si mesmo.

E o amor? O amor está tão na moda porque, a maioria de nós, não faz a menor ideia do que é. Criam histórias que nos soam tão incríveis, porque parece que vivemos em um mundo sem a menor possibilidade de que algo assim aconteça. O amor virou fantasia!  Vive-se o antropocentrismo como se isso fosse amor, sucumbindo em um emaranhado de relacionamentos físicos sem a menor reciprocidade, sem o menor sentido, simplesmente pela auto-satisfação, que de longe chega a ser mútua.

Não quero que ao chegar ao fim deste texto, caso você o tenha lido, pense que estou sendo pessimista. Não! Só quero tentar estimular, a quem quer que seja que leia isto, que existe algo novo a se viver diariamente dentro de nossas rotinas. Você não precisa ser alguém extraordinário, não precisa se esforçar continuamente para fugir da depreciação inerente a tudo, mas mesmo assim, você pode ter uma vida inacreditavelmente boa. A felicidade é fruto das escolhas, dos valores, da idoneidade, da apreciação dos nossos dias contados, da simplicidade dos olhares, dos sorrisos, dos vínculos, da generosidade, da dor suportada, do pranto e da graça que nos sustenta.

Não espere quem vá te fazer bem, faça bem a quem quer que seja que cruzar este teu caminho limitado. Isto é o que nos basta.

Por Tau Farias.

Quase um Ho-ho-ho…

Claro, há quem prefira falar mal das comemorações de final de ano, ou remetê-la a um caráter vazio, egoísta. Se satisfazer com seus próprios ruídos, pensamentos e especiais de fim de ano.
Há quem prefira não celebrar nada, considerar um puro paganismo a festança de troca troca de presentes, da ilusão de um pseudo bom velhinho e da história macabra da árvore, mas eu respeito aqueles que conseguem manter sua convicção nisto e sequer degustam da tal massa fermentada de frutinhas, ou de chocolate que enchem os estoques, prateleiras e dispensas nesta época.

Independente da crença que se tenha, tirando as arestas, ou um todo contaminado, existe uma outra parte sobre isso. Existem poucos momentos durante todo o ano em que as famílias param de fato para se reunir, para se confraternizar dessa forma, para resgatar memórias e valores que passaram desapercebidos durante a correria do ano. A gente desacelera e dá atenção ao que deveria vir sempre em primeiro lugar. É lamentável que seja por um dia, mas ainda bem que durante ao menos um dia, algo de bom aconteça. Não, não estou me colocando a favor de nenhum dos lados da história, antes que você pense isso.

Eu gosto de ver minha família reunida a mesa, minha família rindo, meus primos pentelhos, toda aquela comida, detesto a pilha de louças, gosto quando refletimos, gosto da expressão de gratidão que há muito mais evidente em todos aqueles que há muito deixaram a consciência cristã passar, é como se todos se voltassem a algo muito maior que tudo, que nós mesmos. Realmente, algo muito maior que rege a vida, que inspira a vida, que criou a vida. Meu desejo mais profundo é de que o sentimento, que pra muitos só há neste dia, se multiplique por mais 365 dias e ao findarem os dias, novamente se multipliquem e nunca cessem.

Espero, em breve, estar reunida com todos vocês em lugar melhor que aqui e juntos celebrarmos a quem de fato merece nossa devoção para todo o sempre.

Boas festas!

De mim, decorado…

Eu encontrei recanto
Pra o meu coração
Em um canto apertado
Dentro do teu abraço
Não sou de mil um
Ou mais amores
Sou de um amor só
Amor de amar sem dó
No eu lírico intrigante
De mil facetas em um nó
Em tudo que faço
Não há quem possa me decifrar
Mas você o faz, basta um olhar
Sei da colérica menina,
apaixonada que sou
Fácil não, mas só pra você
Tento ser, tudo e mais um pouco
Do melhor que sou
E assim resolvi ser única
Pra você, de mais ninguém
Só divido meu infinito
Com a melhor parte de mim que eu escolhi:
Você!