Quase um Ho-ho-ho…

Claro, há quem prefira falar mal das comemorações de final de ano, ou remetê-la a um caráter vazio, egoísta. Se satisfazer com seus próprios ruídos, pensamentos e especiais de fim de ano.
Há quem prefira não celebrar nada, considerar um puro paganismo a festança de troca troca de presentes, da ilusão de um pseudo bom velhinho e da história macabra da árvore, mas eu respeito aqueles que conseguem manter sua convicção nisto e sequer degustam da tal massa fermentada de frutinhas, ou de chocolate que enchem os estoques, prateleiras e dispensas nesta época.

Independente da crença que se tenha, tirando as arestas, ou um todo contaminado, existe uma outra parte sobre isso. Existem poucos momentos durante todo o ano em que as famílias param de fato para se reunir, para se confraternizar dessa forma, para resgatar memórias e valores que passaram desapercebidos durante a correria do ano. A gente desacelera e dá atenção ao que deveria vir sempre em primeiro lugar. É lamentável que seja por um dia, mas ainda bem que durante ao menos um dia, algo de bom aconteça. Não, não estou me colocando a favor de nenhum dos lados da história, antes que você pense isso.

Eu gosto de ver minha família reunida a mesa, minha família rindo, meus primos pentelhos, toda aquela comida, detesto a pilha de louças, gosto quando refletimos, gosto da expressão de gratidão que há muito mais evidente em todos aqueles que há muito deixaram a consciência cristã passar, é como se todos se voltassem a algo muito maior que tudo, que nós mesmos. Realmente, algo muito maior que rege a vida, que inspira a vida, que criou a vida. Meu desejo mais profundo é de que o sentimento, que pra muitos só há neste dia, se multiplique por mais 365 dias e ao findarem os dias, novamente se multipliquem e nunca cessem.

Espero, em breve, estar reunida com todos vocês em lugar melhor que aqui e juntos celebrarmos a quem de fato merece nossa devoção para todo o sempre.

Boas festas!